Kristen Stewart

Kristen Stewart

Limitei-me apenas a olhar para a boca dele. Não conseguia fazer mais nada, estava totalmente imobilizada. Eu queria. Desejava ardentemente aquela boca na minha, mexendo-se descontroladamente, queria sentir o sabor dos lábios dele nos meus. Nos meus. Não nos da Bella.

Deixei-me levar por completo quando os lábios dele esmagaram os meus.
Aquilo era bom demais! OMFG!
Nunca na minha vida eu pensei que amaria tanto beijar a sua boca daquela forma urgente e profundamente desesperada.

Passei as mãos pela sua nuca, puxando-o pelo pescoço mais na minha direcção.
Eu precisava de o ter perto daquela forma! Mesmo. Quase tanto como do ar que respirava.
Fui desapertando a sua camisa, botão a botão, sem conseguir aguentar. Eu queria que ele me tivesse, queria pertencer-lhe, ser dele. Como nunca o quisera antes com nenhum outro homem, de uma forma louca e doentia demais.

Não. Ele não me ia parar agora, não assim! Quem é que ele pensava que era para me atiçar até eu não poder mais e depois me fazer parar como se não fosse tão culpado disto quanto eu? Ele não podia fazer uma coisa destas comigo.
Voltei a beijá-lo com toda a vontade do mundo, ignorando que ele havia acabado de me querer parar.

Encarei o chão, sentindo-me humilhada. Então era assim? Primeiro tinha feito de tudo para me seduzir e agora... Não queria nada comigo. Tudo bem, eu já devia esperar isso.
Tremia de vontade de chorar mas não ia fazê-lo. Não, eu não ia dar-lhe esse gostinho, o de saber que ele me havia magoado.
Acenei apenas, sem conseguir falar. Qualquer palavra que eu dissesse poderia dar-lhe a entender que eu estava a sofrer. Apesar de não perceber ainda o porquê de sentir o coração tão apertado com a rejeição dele.
- Vai-te embora...
Ainda consegui proferir, calando-me quando pressenti que a minha voz rouca me denunciaria se ousasse continuar.

Parei de conter as lágrimas e deixei que a dor fechada no meu peito viesse cá para fora através delas.
Que raiva. Eu... Eu tinha tentado, eu juro que... Contra tudo eu tinha deixado, eu tinha autorizado que o coração me guiasse, para variar. Mas isso começava a ser traumático para mim. Cada vez mais, eu chegava à conclusão de que o meu coração me traía. Só que não conseguia deixá-lo de lado, porque pensar com o coração havia sido sempre a minha regra, eu estava farta de usar a cabeça. Isso não combinava comigo, simplesmente.
Enterrei-me na cadeira, soluçando como uma criança. Como um animal ferido. Como nunca o havia feito em tanto tempo, desde que me lembrava. Nem sequer quando Michael ameaçara acabar comigo e dizia eu amá-lo.
Escondi a cara no aconchego dos meus braços. Já estava habituada a chorar sozinha e sofrer sozinha, também não aceitaria outra coisa. Este seria apenas mais um desses momentos.

Tinha acabado tudo para mim ali. Embora me custasse admiti-lo, eu não conseguia ser profissional ao ponto de continuar a fingir que não se passava nada comigo e aguentar estar perto dele assim.
Ainda aos soluços, levantei-me e comecei a arrumar as minhas coisas.
Eu não iria sofrer mais. Iria tudo acabar e eu iria ficar bem. Só tinha de pensar nisso.

Quase dei um salto quando ouvi a porta abrir-se de novo. Voltei-me. Encarei-o, sem ter tempo de enxugar as lágrimas mas também não me preocupei muito com isso.
Já tinha quase tudo arrumado para deixar aquele estúdio, não ia deixar que ele me magoasse mais, ficando ali.

Baixei a cabeça.
- Eu...
Sabia precisamente o que iriam dizer de mim: Que era uma irresponsável, que não tinha miolos, que tinha desperdiçado a oportunidade da minha vida. Mas sinceramente nada do que pudessem dizer me interessava minimamente porque ninguém sabia o quanto isto doía. Ninguém, excepto eu mesma.
Ele mesmo, especado bem à minha frente, seria uma das pessoas que me daria na cabeça quando percebesse. Só que a sua opinião não me dizia respeito... Pelo menos... Agora já não.
- Eu vou-me embora daqui.

- Estou farta.
E estava. Naquele instante, só me apetecia gritar! Gritar para que alguém me ouvisse. Porque eu precisava que alguém ouvisse. E compreendesse, de preferência. Estava cansada que não me compreendessem.
- Só quero paz.

Porque ele não queria nada comigo? Ena. Que raio respondia eu agora?
- Porque não suporto mais isto.

Estava a começar a cansar-me de toda aquela conversa.
- Tu. Tu fazes-me mal, Robert.

- Abre a merda da porta já!
Gritei.
Não, era só o que me faltava, ele não me ia prender ali. Eu não admitia que ele quisesse mandar no que eu faria ou não, ele já perdera a oportunidade de o poder fazer há imenso tempo.